Uma pesquisa realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS) apresentou dados relevantes para o campo da cultura de doação no Brasil. É o primeiro levantamento de abrangência nacional a mapear os hábitos de doação dos brasileiros. Fome, pobreza, crianças e saúde apareceram como as causas sociais que mais sensibilizam os doadores no Brasil.

Os problemas relacionados a saúde comovem 40% dos doadores pesquisados. Já questões ligadas a crianças são sensíveis para 36%. O combate à fome e à pobreza aparece como a terceira principal causa, com 29%. De acordo com o relatório da pesquisa “existe uma interação e sinergia muito grande entre estes elementos, onde se caracteriza a ameaça de sofrimento para pessoas em situação de fragilidade”.

Nos projetos da Junta de Missões Nacionais a ligação entre fome, pobreza, crianças e saúde é abordada com uma perspectiva ampla de recuperação. Por exemplo, nas Cristolândias (iniciativas que promovem reinserção social em regiões que concentram grande número de usuários de drogas) a organização oferece apoio físico, emocional e social. Mais do que livrar os indivíduos da drogadição, o trabalho leva em conta o alto número de doenças trazidos pela dependência química, além de questões emocionais e o histórico familiar. A ressocialização passa por envolvimento com a família, inserção no mercado formal de trabalho, evolução da escolaridade e acerto das pendências legais.

“É quase impossível dissociar os problemas uns dos outros. Adultos ou crianças em situação de fome e pobreza, no geral, apresentam também problemas de saúde. Por isso, procuramos oferecer ajuda de forma ampla, com o objetivo de fazer com que essas pessoas recuperem a dignidade e se sintam parte integrante da sociedade e não excluídos”, avalia o Gerente de Mobilização da Junta de Missões Nacionais, Milton Monte.