TESTEMUNHO MISSIONÁRIO – CRISTOLÂNDIA: LUGAR DE RECOMEÇO
Engaje-se

27 set

A Cristolândia é um projeto desafiador, onde enfrentamos muitas dificuldades, sendo a maior delas o preconceito em relação ao usuário de drogas.

Pensar na vida de um dependente químico é olhar para uma pessoa que está no fundo do poço e perceber que os motivos que a levaram até ali necessitam ser considerados, visto que traumas foram formados tanto no dependente como na vida de todos os que estão diretamente envolvidos com ele.

Nosso trabalho vai desde tirá-los das ruas, trocar-lhes as roupas, dar-lhes um alimento quente até chegar às outras áreas que foram atingidas: dignidade, família e a credibilidade social.

Inserir os alunos no mercado de trabalho, no convívio familiar e no social também é um desafio. Reconstruir isso envolve a reintegração na escola, a alfabetização e a capacitação profissional.

As famílias também precisam ser restauradas. Para isso elas devem ser orientadas sobre como receber os alunos quando terminarem o processo terapêutico. Pensar na continuidade do projeto é uma necessidade que observamos neste tempo para que os resultados positivos perdurem e deem mais frutos.

Nestes quase dois anos como missionário na Cristolândia, passei por muitas alegrias, em meio a alguns choros. Das histórias que passaram por nós há uma que gostaria de compartilhar, a história de André Barbosa da Silva, um homem envolvido na criminalidade, que saiu muito cedo da casa dos pais e levou a vida em meio à violência. Foi assim com André: no caminho das drogas construiu uma família desestruturada, que foi destruída quando ele passou de traficante a dependente, chegando a perder tudo e tendo que morar nas ruas do Recife.

Quando André chegou, havia no processo terapêutico mais de cinquenta pessoas, mas somente dois chegaram até o fim, e desses dois, apenas um, André, está até hoje firme, com a família restaurada. Após sair do projeto, ele voltou como voluntário e trabalha na Cristolândia CFC II.